DECORAÇÃO DO JARDIM COM CONCEITOS DO ZEN

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Símbolos do budismo e hinduísmo são valiosas decorações para jardins zen.

Decoração de jardim com conceitos do Zen

Se fechar os olhos e imaginar um lugar de refúgio na sua casa para se conectar consigo mesmo provavelmente a natureza estará diante de seus pensamentos. E se não for com os raios de sol invadindo um ambiente tranquilo com sua luz natural ou vasos de plantas e flores tornando pequenos espaços mais valiosos, de que forma você se cerca de conforto sem precisar sair de casa? Como leva o zen para o dia a dia a fim de inspirar suas práticas?

Tomando este conceito como guia, reunimos elementos significados na cultura budista e hindu – encantadoramente incorporados nas figuras de um MongeBudasShiva Ganesha – e criamos um landscape para motivar a decoração de jardim com a simplicidade e a grandeza da essência zen.

Zen é uma palavra japonesa derivada da hindu dhyana que significa meditação. Seus conceitos, que foram desenvolvidos na Índia, são essencialmente associados à vertente Mahayana do Budismo e disseminados pelo monge Bodhidharma na China durante o século VI d.C. – ocasionando a fundação da tradição Ch’an – e no Japão no século XII d.C. A prática do zen apresenta seitas distintas, das quais se destacam a Soto Shu e a Rinzai, que desenvolveram seus próprios métodos.

Apesar da importância dos textos sagrados, das divindades e dos rituais religiosos, a essência da filosofia zen é pautada na experiência imersiva promovida pela meditação ao romper os limites do pensamento para manter-nos presentes e nos fazer enxergar o estado das coisas como de fato é, sem ilusões. Esse preceito sustenta-se no modo pelo qual Buda acessou a iluminação e ensina que todos temos uma natureza búdica, embora obscurecida pela ignorância.

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Criar um ambiente zen é preparar a mente para uma experiência imersiva através da meditação.

A partir do século XX, o zen foi compartilhado em todo o mundo e incorporado a diferentes áreas para promover tranquilidade e bem-estar. O design de interiores foi um dos mais privilegiados pelos seus conceitos, impulsionando a natureza divina presente em cada elemento da decoração como as chaves para lograr espaços físicos conectados com o estado mental ou com a busca interior, mesmo que não pratique yoga ou meditação.

A construção deste espaço não se delimita a apenas de eleger uma imagem de Buddha, de um monge ou de uma divindade hindu como Shiva Ganesh, mas produzir uma atmosfera contemplativa que desacelere e recarregue as energias ao unir equilíbrio e relaxamento a uma estética elegantemente simples e atraente. Contudo, a beleza mais essencial que ostensiva das artes zen são ótimos pontos de partida para criar o seu templo e ter uma vivência com mais propósito.

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Budas e deuses hindus como Shiva são pontos de partida para criar uma decoração Zen no jardim.

natureza é a alma do ambiente, afinal não há um jardim sem o verde da vegetação outorgando frescor e o calor da luz solar imprimindo acolhimento. E aqui há um convite para ir além usufruindo a naturalidade das esculturas de pedra (ou em cimento aludindo este componente), que integram o natural da matéria-prima com a intervenção artística incorporando na área externa uma presença poderosa, ainda que simbólica e sutil.

Neste âmbito a iconografia das esculturas de Buda enriquece o garden decor com intenções. Cada asana (postura) e mudra (gesto com a mão) do mestre do Budismo transmite ensinamentos relevantes que dão o tom a prática meditativa. Enquanto Buda Gordo ou Hotei, orienta a encontrar a abundância na generosidade, por exemplo, o Bhumisparsha Buddha o convida a compreender que a luz da verdade é um meio de acessar a sabedoria divina com a iluminação.

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A iconografia de Buddhas e monges valoriza o zen garden decor com intenções e ensinamentos.

O jardim zen alude a beleza em essência, que se manifesta no ambiente externo sem esforço e com muita sutileza, uma vez que a “alma minimalista” – a escassez de elementos visuais complexos ou eletrônicos – permite que a percepção fique aguçada e que promova estados de consciência elevados. Cabe aqui se apropriar da luz de velas, sobretudo ao anoitecer, trazendo o elemento fogo para energizar os momentos de quietude, inspirando concentração, presença e criatividade.

Lanternas decorativas coloridas protegem as luzes calmantes das velas e oferecem harmonia cromática no ambiente ao recorrer às cores frias para incorporar tranquilidade e conceder a almejada “paz de espírito”. A mesma intenção é proporcionada pelas fontes de jardim, que além de adicionarem o elemento água exploram nossos sentidos com o som relaxante da “correnteza”.

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Velas e fontes trazem os elementos fogo e água para harmonizar o espaço que incorpora propriedades da meditação.

Salvo os elementos naturais característicos da decoração de jardim vale beneficiar outros sentidos englobando incensos com incensários e essências com os rechôs aos aromas e a beleza de flores e plantas. Experimente incrementar vasos com tamanhos e materiais variados promovendo textura, continuidade e sensação de conforto.

É importante abraçar as linhas puras e a sutileza do jardim para se libertar da ideia de perfeição, afinal “é na sutileza que o ilimitado reside”. Utilize a imperfeição ou o aspecto “inacabado” do ambiente externo para romper com o convencional e abrir espaço para a co-criação no dia a dia. Modificar a forma do espaço, rearranjar as vegetações, tirar ou incluir objetos decorativos que o conecte ainda mais consigo mesmo será também um grandioso exercício de meditação.

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Modificar a decoração do jardim zen com esculturas, fontes, vasos e lanternas é também uma prática de meditação.
Fonte:https://blog.artesintonia.com.br/2019/08/12/decoracao-de-jardim-com-conceitos-do-zen/

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